O Projeto Piloto de Inovação Pedagógica (PPIP) começou a ser aplicado no início deste ano letivo no Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha, um dos seis escolhidos pela Direção-Geral da Educação (DGE) para aplicar o programa nacional de combate ao insucesso e ao abandono escolar que abrange mais de 7500 alunos. Fizemos um balanço do primeiro semestre com o diretor Paulo Tavares, no qu

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O historial do Projeto Piloto de Inovação Pedagógica (PPIP) remonta ao convite da Direção-Geral da Educação (DGE) em agosto de 2016 para o Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha integrar a lista dos seis abrangidos pelo novo programa nacional de combate ao insucesso e ao abandono escolar que permitia a cada agrupamento desenvolver a sua estratégia, tendo como ponto de partida as especificidades da respetiva comunidade educativa.

As linhas de ação orientadoras – diversificação e gestão curricular, articulação curricular, inovação pedagógica, organização e funcionamento interno e relacionamento com a população – foram seguidas e o projeto foi colocado em prática no ano letivo de 2016/17, envolvendo a reorganização de programas, turmas, horários, matriz e calendário escolares. Mudanças que iriam ser sentidas pelos cerca de 850 alunos e respetivos pais, tal como o pessoal docente e não docente.

Os trimestres transformaram-se em dois semestres e criaram-se os hexaciclos, dois ciclos com seis anos de escolaridade, um do primeiro ao sexto ano e outro do sétimo ao décimo segundo ano. Os pais passaram acompanhar o percurso dos filhos através de uma aplicação informática e foram mais envolvidos com a criação dos Contratos Pedagógicos Individuais elaborados por cada professor em conjunto com o aluno e a família, onde definem os objetivos para o ano letivo.

O novo Supervisor de Ano passou a monitorizar os alunos e a evolução do projeto em cada ano e o contacto entre professores e alunos entre ciclos de escolaridade tornou-se maior através da coadjuvação em sala de aula. Este contacto contínuo com os alunos realiza-se nas três horas semanais do “Projeto para Todos” (por exemplo, um docente que acompanhou turmas do quarto ano num ano letivo continua a acompanhá-las no quinto durante o ano letivo seguinte).

Conversámos com Paulo Tavares, diretor do Agrupamento de Escolas, oito meses após a materialização efetiva do PPIP e pouco tempo depois da reunião de balanço realizada entre os agrupamentos de escolas de Vila Nova da Barquinha, Freixo (Ponte de Lima), Cristelo (Paredes), Marinha Grande Poente (Leiria), Fernando Casimiro Pereira da Silva (Rio Maior) e Boa Água (Sesimbra) e as entidades responsáveis.

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Paulo Tavares, diretor do Agrupamentp de Escolas de Vila Nova da Barquinha. Foto: mediotejo.net

Os resultados globais, refere, foram “positivos” e, no caso barquinhense, reforça, “extremamente positivos”, destacando a melhoria “considerável” da avaliação mensal formativa, que permitiu um maior acompanhamento dos alunos e “deu frutos”. No entanto, afirma, os resultados “Bom e Muito Bom ainda estão longe do esperado” e é necessário operacionalizar esta avaliação por domínios de aprendizagem / disciplinas.

No caminho que o agrupamento pretende fazer, segundo Paulo Tavares “caminhar para o excelente agrupamento”, também estão os resultados positivos associados às aprendizagens que foram adequadas “ao aluno do século XXI”, ajudando-o também a conhecer-se enquanto pessoa, e conferem tanta importância às artes ou à expressão motora e artística como à matemática e ao português.

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Escultura alusiva ao PPIP, inaugurada no final de abril. Foto: mediotejo.net

A exemplificá-lo está a escultura alusiva ao PPIP na entrada da Escola D. Maria II, criada durante as aulas do docente Nuno Ferreira e inaugurada o passado dia 26 de abril durante a apresentação dos projetos de empreendedorismo, no âmbito da iniciativa EmpCriança – Empreender no Ensino Básico, desenvolvida pela NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo.

O relatório enviado para a tutela no início do mês de abril também refere que as pausas escolares, feitas na Páscoa, Natal e janeiro/fevereiro, não provocaram constrangimentos nas agendas da comunidade educativa. A ocupação dos tempos livres dos alunos foi assegurado por técnicos municipais nas Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF), para o pré-escolar, e pelas Associações de Pais na Componente de Apoio à Família (CAF), do primeiro ao quarto ano.

“Os alunos sentem que o nosso agrupamento está diferente e respeitam isso”, refere o diretor do agrupamento que tem como lema “envolvimento gera envolvimento, sucesso gera sucesso”. A subida das médias, quando comparados os resultados do primeiro semestre com os dos antigos primeiro e segundo períodos nos últimos dois anos letivos anteriores, comprova-o.

A classificação média global corresponde a “Bom”. No ensino básico, situa-se nos 3,5 valores e a taxa de alunos sem negativas nos 92,4%. Nos restantes anos letivos, até ao ensino secundário, os resultados também subiram e situam-se entre os 13 e os 16 valores. O nono ano é aquele em que a subida das média se verificou de forma menos expressiva.

O PPIP vai continuar a ser aplicado no ano letivo 2018/19, com os ajustes que possam surgir entretanto, nomeadamente consoante os resultados do inquérito a toda a comunidade educativa que Paulo Tavares diz estar previsto para o final deste ano letivo. Ao objetivo de avaliar o primeiro ano do PPIP junta-se o de trabalhar no sentido de garantir “que as pessoas se sintam felizes aqui”.

Fonte: [Sónia Leitão | Médio Tejo.net]

 

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